O primeiro passo foi descobrir e entender o que, de fato, causava a maioria das infrações e, em muitos casos, os acidentes de trânsito. Ao analisar pesquisas e dados secundários chegou-se à conclusão que o problema era comportamental.

O problema estava em um comportamento humano presente em todas as esferas e não, necessariamente, atrelado a um caráter duvidoso ou ruim. Um comportamento, em maior ou menor nível, demasiado comum e mundano: O egoísmo. Além disso, a causa era comum a acidentes e infrações de diferentes intensidades e englobava o que buscávamos, todos os agentes envolvidos no trânsito.

Como então fazer um egoísta perceber seu egoísmo, entender a nocividade desse comportamento e, mais que isso, se engajar com a nossa mensagem? Essa foi a pergunta ponto de partida da estratégia criativa.

A primeira premissa foi buscar uma mensagem leve e bem-humorada, o intuito foi mostrar para as pessoas o quão perigoso pode ser esse egoísmo, sem que a mensagem fosse pesada – ou seja, sem repelir o  público. Além disso, foram retratadas situações cotidianas e corriqueiras, para que as pessoas pudessem se identificar com as situações e, por fim, por meio de  hipérboles de comportamento, afinal, é do exagero que se consegue gerar a percepção, sobretudo para um público que precisa se reconhecer nas atitudes,  foi criada a campanha “Perigosamente no Trânsito – É você só pensando em você”. Para promover humor, leveza e atenção, de forma icônica e marcante, a opção foi criar todo o material em animação.

Foram criados uma série de filmes comerciais para TV e para a Internet que mostravam diversas situações cotidianas do trânsito. Personagens animados, criados em cima de perfis comportamentais (personas), transbordavam egoísmo e humor, quase na mesma proporção ao encenarem os pequenos delitos cometidos e a motivação deles – que estavam na própria pessoa. A ideia foi mostrar as diversas faces da mesma pessoa no trânsito e o quanto isso pode ser perigoso para o outro. A mensagem residual era direta: Quando você só pensa em você, você se torna um perigo no trânsito. Por fim, foi incentivado que a pessoa a só levar o melhor dela para o trânsito. Os filmes abrangeram situações dos mais diversos agentes de transito: Ciclista, condutores de carro, pedestre e motociclista.